Vajrayogini |
Na parte 1 desse texto, expliquei a diferença entre diversos tipos de prática religiosa, enfatizando as práticas marginais dos ascetas, xamãs e magos. Nesta parte, eu me proponho a elaborar melhor qual é o fazer marginal da religião - amarrando tudo na categoria de "êxtase", e como a partir do êxtase podemos lançar uma visão crítica por sobre o materialismo.
As ciências do êxtase:
A mente máquina maquina, à trabalho da inteligência do corpo. Aproxima-se do que causa prazer, afasta-se do que causa dor. Automatização para poupar energia. Tudo a inteligência do corpo. Por sobre essa base, inventamos o simbólico, e com isso o fazer humano virar 'cultura'. A mente se ocupa: conseguir parceiros sexuais - conseguir comida, água, abrigo - manter-se observante dos riscos. E eis que surge o fogo. Ao seu redor, certa segurança, a escuridão circundante impõe imobilidade. Sob a insinuação da Chama, o simbólico prolifera. A mente deriva - surgem histórias. E também na imobilidade que a caça demanda, também na arte borrocada nas paredes, no relaxamento do gozo e consumo de psiquedélicos... A mente voa. Em meio à esses voos, a humanidade inventou/descobriu o ÊXTASE.