um manifesto da FRENTE DE COMBATE SURREAL-REICHIANA
com memórias do EVENTO TERRA PRETA
que se passou na comunidade EMANUEL GUARANI-KAIOWÁ
assim como das JORNADAS DE JUNHO
Recentemente realizou-se em Contagem/MG um evento libertário chamado "Terra Preta", que passou-se numa ocupação sem-teto (Emanuel Guarani Kaiowá) organizada pelas Brigadas Populares. (1) Durante o Terra Preta muit@s anarquistas oriund@s de tudo quanto é parte aportaram na Guarani-Kaiowá. Entre el@s - uma dose enorme de anarc@-punks, situacionistas, anarc@-tropicalistas ou outras vertentes do libertarismo.
É sem dúvida chocante para o moralismo mineiro receber esta procissão exótica de centenas de pessoas perfuradas, tingidas, tatuadas, potencialmente drogadas e sexualmente transgressivas. Durante o próprio encontro houveram ondas de preocupação, especialmente enquanto corriam boatos discrepantes sobre crianças apanhando do pai por tal ou qual influência d@s punks. (2) Mas a guerra não eclodiu. Parte disso se atribui, certamente, ao cuidadoso processo de aproximação com a comunidade por parte d@s organizador@s (e isso tem de ser louvado). (3) Mas o fato foi também que, a despeito de todo o choque, donas de casas nos receberam com o maior carinho - pessoas em situação de pobreza por vezes extrema ofertando pão, café e fofura generosamente. As crianças se esbaldaram no contato com os punks e doidões, jogando malabares, capoeira, aprendendo massagem e subindo na árvore. Os maconheiros da comunidade (quadrados, tremei! eles estão por toda parte!) se aproximavam sem pudores das rodas de conversa, de violão, de atividades. Quando da (memorável) apresentação d@ Anarc@funk (RJ/SP), puxada pelas bixas, trans e sapatas queer-punk sanguenozói, foi precisamente o morador que já sofreu ostensivamente agressões homofóbicas que tomou o microfone em mãos e mandou ver um beat-box feroz.
Houve fechamentos? Certamente. Eu o vi em alguns rostos enquanto passava. Mas por via de regra, o que observei foi o seguinte: a maior condutividade pra troca na diferença é pelas margens. O centro do poder, onde quer que se instale, só permite a ideologia da identidade, o fechamento e redução ao mesmo.
Houve fechamentos? Certamente. Eu o vi em alguns rostos enquanto passava. Mas por via de regra, o que observei foi o seguinte: a maior condutividade pra troca na diferença é pelas margens. O centro do poder, onde quer que se instale, só permite a ideologia da identidade, o fechamento e redução ao mesmo.
Por exemplo, certo momento participei de uma conversa informal entre homens cis adultos moradores da comunidade sobre homosexualidade, e ali foi onde encontrei o maior fechamento. Quando um amigo meu mencionou ser ateu, teve um cara praticamente PULOU PARA TRÁS, e se afastou na hora usando qualquer desculpa. Entendem? O fechamento já está posto, para o pequeno déspota. Independente de minhas roupas, eu sou ateu e isso basta para eu não ter voz com ele. Ou macumbeir@. Ou mulher. Ou bixa. Ou criança. Ou louc@. Ou maconheir@.
Por outro lado, havia um sujeito cujo nome não me recordo - que era homem, negro, alegava ter 40 anos mas (apesar de aparentar maturidade emocional) exibia grande jovialidade. Este homem disse que a homosexualidade ostensiva não era familiar para ele, por ter crescido num ambiente onde 'não sei via isso'. Mas tinha abertura pra se repensar, e demonstrava quase uma alegria de estar cônscio das limitações de sua perspectiva (de seu local), e ansioso por travar contato com o diferente. Eu havia visto esse homem antes, tocando berimbau e cantando músicas de capoeira. O médico e psicanalista anarquista Roberto Freire considerava a capoeira uma prática 'desencouraçadora', ou seja, ela desmancha a estrutura opressiva diretamente ao nível do corpo. Uma pessoa (relativamente) desencouraçada pode até carregar uma ideologia reacionária pelas contingências de sua história, mas não tem necessidade bio-psíquica do Poder (ou dele necessita menos) e pode portanto reposicionar-se mediante esse tipo de troca e interação.
É para mim muito visível que todas as grandes estruturas opressivas (como opressão de classe, de gênero, de raça, espécie, sexual) se definem a partir de um banho micropolítico comum onde as opressões se cruzam e se amarram. O Poder opera em cadeias de comando; quem é oprimido em um front, por força de reação, busca compensar sendo o opressor em outro. Consideremos por exemplo um homem exaurido de sua vida trabalhando para o patrão descarrega sua opressão batendo em sua esposa. Mas a esposa irá bem descarregar sua raiva batendo numa criança, ou descontando em outras mulheres. Ou mesmo introjetará a opressão em um comportamento auto-destrutivo, quebrando o corpo em fragmentos paranóicos que não cessam de se atacar.
Wilhelm Reich já demonstrou, no início do século XX, que a paixão pelo Poder surge precisamente como resultado da inibição da potência vital dos corpos, inibição esta que surge da opressão micropolítica empreendida diretamente pela família (que é tanto causadora quanto resultado do contexto social ao seu redor). A inibição funciona como uma paralização do fluir injetada na memória muscular e libidinal.
Wilhelm Reich já demonstrou, no início do século XX, que a paixão pelo Poder surge precisamente como resultado da inibição da potência vital dos corpos, inibição esta que surge da opressão micropolítica empreendida diretamente pela família (que é tanto causadora quanto resultado do contexto social ao seu redor). A inibição funciona como uma paralização do fluir injetada na memória muscular e libidinal.
O que impede que haja revolução social? A resposta marxista seria a necessidade da criação de uma "consciência de classe". Seria portanto necessário, segundo algumas correntes, uma vanguarda que conte para as pessoas a verdade sobre sua opressão. Essa visão é uma negação precisamente da localidade de cada luta, ie. negação da legitimidade dos saberes locais, em nome de uma elite que portaria a visão pura das alturas. Este centralismo de visão e de prática é característico das sociedades hierarquizadas, e opera apenas através de controles que em última instância se inoculam no micropolítico. Não é de surpreender, por exemplo, que na insurreições que marcaram Junho deste ano (2013) um partido stalinista tenha proibido seus militantes de se relacionarem sexual e afetivamente com anarquistas. (ah, estes anarquistas! que tesão!) As jornadas de junho, aliás, foram marcadas pela criação de canais de articulação mistos, impuros, onde leninistas, trotskistas, anarquistas, stalinistas, coxinhas e hippies podiam fazer suas assembléias, satisfazer seus fetiches de microfone, articular intervenções como ocupações, conhecer uns aos outros e até eventualmente se pegar. Este tipo de rede impura, organizada de baixo pra cima em um contexto de emergência libidinal coletiva me serve muito mais como protótipo do tipo de permeabilidade das margens ou atravessamento revolucionário (de modo algum harmônico, ou sem conflito!) do que o modelo quasi-estatal de uma federação! (mas a federação é também bem vinda, graças à impureza). (4)
Ocupação da Prefeitura de BH - Julho/2012 (por Gabriela Quintão) |
Quando falamos de esquerda e direita, pensamos normalmente em partidos políticos distribuídos em um eixo que vai do azul ao vermelho, da política econômica liberal e privatista até a redistribuição e controle estatal. É essa forma de encarar a política que definiu boa parte dos debates e confrontos do século XX. E foi através desta mesma perspectiva que as massas nas ruas em junho rejeitaram todos os "partidos", "nem direita, nem esquerda". O que surgia ali era uma insatisfação generalizada com todas as formas políticas até então mapeadas no debate público. Tiveram então entrada privilegiada nesse movimento precisamente as propostas que estiveram fora do mapa até então - o anarquismo e o integralismo. Ainda assim, quando se trata de confluir em ações comuns, @s anarquistas juntam-se naturalmente à esquerda, e os integralistas à direita. Há uma espeficidade da esquerda que não se resume às suas propostas políticas formais ou partidárias; uma potência que se revela apenas num nível micrológico, quando olhamos de perto os encadeamentos e micro-agenciamentos e as contradições e linhas de fissura que a compoem a vida social.
Me parece, enfim, que a esquerda é muito mais um NEXO de ABERTURAS PARA A MÚTUA TRANSFORMAÇÃO e desconstrução. É ali que as vozes minoritárias vão se encontrar, e é ali que há chance - a princípio apenas a chance! - de que a partir de seus saberes locais (estes saberes que surgem diretamente dos corpos resistindo a cada eixo de opressão) possamos traçar um contorno ao redor do Poder, cercá-lo a partir das margens, e só assim pensar seus efeitos, mensurar sua força, descobrir onde atacar ou onde fugir. As opressões estruturais criam, com efeito, necessidades revolucionárias que são compartilhada por virtualmente todos os oprimidos dentro daquela estrutura - é a incidência desta necessidade que desenha a forma de um "eixo", eixo de opressão. Finitas são portanto os eixos de opressão estruturais dados num certo momento, mas linhas de fuga que se criam a partir daí são necessariamente infindáveis, e carregarão consigo atravessamentos diversos. É claro que nem tudo na esquerda são flores, como atestam recentes atritos entre anarco-machistas e feministas. Às vezes a transformação só pega através do tranco, ou sequer acontece. E nesse sentido a esquerda não é um campo homogêneo, é permeada por micro-fronts de direita na medida onde o poder ali se inocula e reproduz, e também a direita também é permeada por micro-fronts de esquerda onde as margens se encontram.
Voltando ao Terra Preta, lá ocorreu uma mesa de discussão sobre anarquismo social. Num contexto de encontro libertário já acho de início um mau gosto a opção por conversar em formato de "mesa" - onde a maioria pergunta e uns poucos, definidos de antemão, respondem. De qualquer forma, as perguntas naturalmente tenderam a esquadrinhar a relação entre o anarquismo social / especifista (ali representado pela FARJ e Compa) e o anarquismo que os detratores costumam caracterizar como "estilo de vida". A um certo ponto, uma pessoa da mesa disse explicitamente que "a contracultura e o movimento punk são um atraso para o anarquismo". Ora, isto foi dito em meio a um evento cuja realização só foi possível através de tecnologias trazidas para o anarquismo precisamente pelos punks, como reaproveitamento de vegetais dispensados (recicle), banheiros secos, construção de fogões à lenha, bandas cruzando o país de carona, etc. Este é um caso onde é de se surpreender que essas brigas entre correntes sejam reproduzidas a despeito da realidade evidente ao seu redor.
A famosa "quebra das santas" na Marcha das Vadias RJ / 2013 |
A posição d@s anarquistas especifistas nesta mesa, e também nas inevitáveis conversas posteriores, parece ser a de que as ações radicais como a desconstrução queer puxada pela Anarcafunk e a quebra das santas na Marcha das Vadias são problemáticas para o anarquismo, pois seu caráter ofensivo aliena o "povo" das idéias que promoveriam a sua libertação. Ou seja, na visão destes especifistas, é necessário que certos grupos freiem o seu processo de ruptura e aguardem que a questão de classe seja propriamente endereçada, através da atuação combinada de federações anarquistas e frentes populares / locais. Se por um lado el@s não esposam uma ideologia expressamente vanguardista, por outro procedem por selecionar um front (a dominação de classe) e lhe conferir valor estratégico especial (em relação, por ex., a insurgência queer ou feminina). Ora, em cada front existem apenas dois lados, o do oprimido e do opressor (pois não existe neutralidade em um trem em movimento); se o oprimido ataca o opressor, e neste processo o dito anarquista toma as dores do opressor, é ele ainda anarquista? Mas me dirão que não é questão de tomar as dores, é uma questão "tática". Afinal, você não está contra "o povo", e se você incomoda "o povo", ele se afastará da luta social! Mas que povo é este - o povo não deveria me incluir? Acaba que que "o povo" são os pobres, mais especificamente os homens pobres cis hetero moralistas pais de família, e - excluindo-se o fato de serem pobres - é o lugar de fala que precisamente sempre expressou-se como " O discurso público". Enfim, há um erro simples de miopia aí - acham que a classe D, por ser explorada, é incapaz de ocupar a posição de opressora em outros eixos - não há nada mais igual que um machista rico que um machista pobre. Mas há outra incompreensão, mais grave, de ordem similar aos erros cometidos pelos partidos comunistas em geral - a incompreensão de que ou a recusa ao poder é COMPLETA, e com isso não quero dizer sectária e sim correndo ENTRE AS MARGENS, ou bem ela é recuperável, e desta forma, acaba se neutralizado e até mesmo servindo o sistema dominador.
Estou dizendo que a partir do momento em que damos passos atrás no radicalismo, na recusa ao poder, e passamos a esposar que é possível confiar "o poder" a este "povo" (a voz majoritária que vale pelo todo) e deixá-la governar @s outr@s - colhemos desta forma, acima de tudo, o fascismo. E sabemos bem que o fascismo deve ser combatido antes mesmo de irromper, sempre e sempre! Talvez se espantem, "qual é o link entre uma coisa e outra?" - voltamos então ao gosto pelo poder. Ele surge, naturalmente, da sujeição: como primeiro exemplo o exército, detonam com o camarada até ele virar uma máquina servil e neste momento ele está suficientemente impotente e castrado pra topar essa - de colocar a violência, a performance de poder, no lugar de seu piru. Mesma coisa com os escravos de colarinho branco, que dão a alma 'pra empresa' e passam o resto da vida a esbanjar pros outros o poder que eles não tem sobre a própria vida.
Desocupação da Câmara de Porto Alegre / 2013 |
A primeira instituição que é socialmente imbuída de receber as pessoas no mundo é a família. É lá que o pequeno déspota do lar - ele - alquebrado por seu trabalho, insensibilizado pela repressão sexual, domesticado pela escola e machificado ao assumir seu lugar de poder no patriarcado - vai cuidar para que @s pequen@s sejam também sexualmente reprimid@s, pedagogicamente domad@s, binarizad@s em seus corpos para enfim estarem suficientemente servis para se dobrarem à pátria, aos burgueses, à tradições repressoras, etc. Quero dizer que a liberdade não é só uma idéia a se buscar: ela é uma experiência que se vive no corpo - a expansão de suas potências. Da mesma forma o Poder também é vivido no corpo, e através dele se reproduz, na forma de paralizações musculares. É por vivê-lo no corpo que podemos analisar nossa opressão e elaborar saberes locais sem precisar de uma referência à vanguarda iluminada. Uma ação direta e radical frequentemente mira em criar um efeito de ressonância com a repressão (e o desejo de liberdade) DIRETAMENTE no corpo das pessoas, sem mediações, para quiçá romper com as amarras - num nível mais profundo do que o discurso.
Quando eu cantava "poder para o povo" (agora eu não mais canto) eu pensava "potência a tod@s" ou algo nesse efeito - o desmonte de todas as estruturas repressivas, potência como expansão do ser em todos os sentidos, mútua ressonância das margens. Refundar a sociedade sobre bases diferentes, a saber, a autonomia de si, a horizontalidade e a sinceridade. Este parto de mundos novos - que num nível micrológico acontecem a todo momento, na medida em que deslizamos por linhas de fuga - só pode acontecer tomando como ponto de partida a "subjetividade radical". Subjetividade não quer dizer individualismo; aliás, bem pelo contrário, o processo de subjetivação é necessariamente coletivo, e o sujeito enuncia-se sempre através de um lugar num coletivo (Eu - homem, mulher, pobre, rico, etc). NÃO SE ESPANTE: a objetividade está sempre contra você. As leis da economia, a lógica das próprias leis, amparada pelas filosofias e religiões. Eles sempre tiveram a mídia, a escrita. Para pensar sua opressão, é preciso romper com este horizonte de perspectiva, e fazer um chão novo em seu próprio corpo. E aí, aí apenas, surge o seu saber local. Os fronts não podem ser reduzidos uns aos outros; há certamente vários saberes locais que podem emergir do confronto libertário entre as classes oprimidas e as dominadas; e podemos colar junto sim em solidariedade, com isso pondo nossas margens pra se encontrar; e quando as margens se encontram, surge a possibilidade de se pensar POR FORA DO HORIZONTE DO PODER. E não há nada mais perigoso e potencialmente revolucionário que isso. Resta produzir situações onde isso aconteça, e conduzir esta potência revolucionária ao ato. Para isso, infelizmente, o anarquismo social tem proposto retrocessos no sentido de libertação de forma geral. Mas não acho que é caso para sectarismo; este mundo é mesmo de impurezas, é graças à estes canais mistos que estamos todas entrando em contato - e é a partir daí talvez nossas margens possam quiçá se cruzar.
Confronto com a PM em Belo Horizonte, Junho /13 |
(1) As Brigadas tem um modo de operar bastante horizontal, permitindo grande autonomia às partes - e isso é admirável! Propoem, porém, uma ideologia nacionalista. Uma estranha situação já desde o início, que reforça a importância da "impureza" pra operar nesse mundo de misturas.
(2) Hoje a criança apanha por abraçar a coleguinha de uma forma homoerótica, amanhã por querer comer a comida com as mãos, no outro dia por pular demais, e assim segue a repressão ao corpo. Independente de qualquer coisa, a culpa não é das punks, nem da criança; é do pequeno déspota local.
(3) Uma coisa que raramente é dita é o papel LOUVÁVEL que o visual agressivo punk deve ter em impedir que os pequenos déspotas ponham em planos sua violência homotransfóbica, misógina, etc. Realmente, o pequeno fascista local (eles estão em toda parte, 1 a cada 5 brasileiros acreditam que "uma ditadura é sempre melhor que uma democracia") vai pensar 5x em atacar uma bixa quando ela tá rodeada de 200 cabeludos cheios de espinhos. Alguns alegariam que o visual em si é um causador de distanciamento. Eu diria que o distanciamento está posto de início, mas que é vazado em toda parte pelas margens. Espero que o resto do texto sirva como explicação e ilustração disso.
(2) Hoje a criança apanha por abraçar a coleguinha de uma forma homoerótica, amanhã por querer comer a comida com as mãos, no outro dia por pular demais, e assim segue a repressão ao corpo. Independente de qualquer coisa, a culpa não é das punks, nem da criança; é do pequeno déspota local.
(3) Uma coisa que raramente é dita é o papel LOUVÁVEL que o visual agressivo punk deve ter em impedir que os pequenos déspotas ponham em planos sua violência homotransfóbica, misógina, etc. Realmente, o pequeno fascista local (eles estão em toda parte, 1 a cada 5 brasileiros acreditam que "uma ditadura é sempre melhor que uma democracia") vai pensar 5x em atacar uma bixa quando ela tá rodeada de 200 cabeludos cheios de espinhos. Alguns alegariam que o visual em si é um causador de distanciamento. Eu diria que o distanciamento está posto de início, mas que é vazado em toda parte pelas margens. Espero que o resto do texto sirva como explicação e ilustração disso.
4) O que me parece importante aqui é digerirmos a noção de que NÃO ESTAMOS NO CONTROLE. Ninguém está, nem estará, e na medida em que nos propomos a controlar as coisas, imitamos nós mesmas o inimigo, em diversos graus.
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