Fonte: desconhecida |
Se tem algo que a auto-observação atenta me revelou, é que: O corpo é memória. O corpo, que digo, é um corpo monista. inclui também a mente e o cérebro.
Ainda à flor da pele moram as memórias recentes; já nos recessos mais profundos dos músculos estão travadas as memórias dolorosas da infância, de cada choro que tivemos de engolir, de cada humilhação que suportamos em vias de conservar o amor e cuidado de nossos pais. O corpo expressa a todo momento a sua história, com suas cicatrizes, movimentos e criações. O corpo já nasce sendo gravado de memória por todos os lados - pelas instituições sociais que o recebem no mundo; pelos corpos dos pais e familiares; e também pela linguagem. Nosso parto é só mais um argumento em linhas de fissura ancestrais, indivíduo x sociedade, natural x social, razão x emoção, homem x mulher, céu x terra. Cada parto humano uma síntese desse debate, e cada síntese uma solução apenas parcial pros velhos dilemas, recriando o debate a partir daquilo que se manteve ainda insolúvel.