Saturno é um mundo em ruínas.
Palácios caindo aos pedaços, pilastras de mármore em meio aos sapos, prédios abandonados cheios de poças no chão.
É a hecatombe ecológica,
a terra água e ar envenenados, pilhas de entulho, resto enferrujado de ferrari e embalagens de batata-frita, polaróides apagadas e tevês espatifadas.
Saturno é o cérebro frito da máquina,
o registro inflexível do algoritmo, o controle 24 horas, estado policial, a agência de espionagem, o triunfo do asfalto sobre o mato, da burocracia sobre a criatividade, da crítica sobre a fé.