quarta-feira, 18 de maio de 2011

Post onde respondo a "15 perguntas que as feministas não sabem responder", parte 1

Tá bom, eu explico.

Ontém eu topei no facebook com um texto (1) - convenhamos, bastante cômico - que propõe 15 questões "que as feministas não vão saber responder". De início pensei em me revoltar, do tipo, "qual é, esse cara tá me tirando, é isso que não vou saber responder? não é possível...?!", mas rapidinho eu cheguei a conclusão de que valia mais um alt+f4 com uma risada do que meter a mão naquele poço de ignorância humana. Era difícil até acreditar que ele tava falando sério. Ah, eu tenho uma vida pra viver além de ficar em duelo verbal com qualquer idiota. Mas depois voltei ao facebook e, vendo os comentários, descobri que as pessoas tavam naquele clima de "falou tudo!". O único comentário destoante na discussão toda era um (meio tímido) "ow, que blog idiota.", talvez pela mesma preguiça que tive de comprar uma briga dessas. Hoje decidi escrever. Na real, eu já tava querendo sintetizar o que penso em termos de feminismo há um tempo, e achei aí um motivo pra desembolar o texto. Não tenho a menor esperança de convencer o autor do texto (1), nem os caras que comentam no blog dele. Com sorte, eu afeto umas almas que já sintam um desconforto com discursos machistas como esse, mas não tenham aprofundado na teoria da coisa. Ou pelo menos jogo o nível da discussão um milímetro pra cima.

terça-feira, 10 de maio de 2011

Como fiz para mim um Corpo sem Orgãos


"Conectar, conjugar, continuar: todo um 'diagrama' contra os progamas ainda significantes e subjetivos.  Estamos numa formação social; ver primeiramente como ela é estratificada para nós, em nós, no lugar onde estamos; ir dos estratos ao agenciamento mais profundos em que estamos envolvidos; fazer com que o agenciamento oscile delicadamente, fazê-lo passar do lado do plano de consistência. É somente aí que o CsO [Corpo sem Orgãos] se revela pelo que ele é, conexão de desejos, conjunção de fluxos, continuum de intensidades. Você terá construído sua pequena máquina privada, pronta, segundo as circunstâncias, para ramificar-se em outras máquinas coletivas." ¹

Doido de ayahuasca, em um sítio nas imediações de BH, deitado em um colchão abraçado a uma série de pessoas aquecendo-se com os corpos, enrolados em casacos e cobertores. Parafraseando Deleuze e Guattari: "Um lugar, uma potência e um coletivo". Conforme o chá começa a fazer efeito o Sonhar irrompe na consciência e se torna palpável; com ele vem uma confusão de sensações, intensidades, ondas de excitação, imagens vistas com olhos fechados e luminosidades coloridas geométricas com olhos abertos.