quarta-feira, 13 de maio de 2020

Tomar o Céu de assalto [Céu da semana - 11 a 17 de Maio de 2020]



Semana de transições. Primeiro, Mercúrio chegou a Gêmeos, sua própria casa, onde expressa seu lado mais ativo e extrovertido. As matracas se abrem e não fecham mais. Mercúrio em Gêmeos não se preocupa com utilidade, ele quer o risco e a glória do experimento: ver as lâmpadas acenderem e poder gritar 'eureka'! Temos 20 dias de Mercúrio em Gêmeos, bons pra consertar o que quebrou, pôr as contas em ordem e responder as mensagens que tão pegando mofo na caixa postal.

Outra transição: Vênus começou a retrogradar. No caminho, vai encontrar Mercúrio, o dono da casa, que lhe provê então com seus dons. Um planeta retrograda quando está mais perto da Terra em seu ciclo; é por isso que no momento da retrogradação o planeta brilha mais. Para as coisas do céu, estar perto da terra é como se sujar. O que a terra tem a oferecer aos céus? A terra trás a mistura. Os astros no céu cada um tem seu caminho, estão postos a imensas distâncias; na terra partilhamos de um mesmo ar, somos carne em uma mesma cadeia alimentar. Então quando Vênus retrograda, seus assuntos se misturam ao resto todo; isso talvez dificulte manter a limpeza, a beleza, o clima leve que permite o prazer; seria preciso redobrar os esforços; a arte se mistura com a vida, "o sentido do universo com a prestação que vai vencer". Mas Mercúrio vem aí - o grande experimentador - pra ligar os fios e montar um frankenstein. Pra Mercúrio na própria casa, misturar todos os legos só aumenta o potencial de diversão.


Além disso, graças a Deus, Vênus não está mais apertada, sitiada entre os raios dos maléficos.

Isso porque Marte saiu de Aquário e está agora no começo de Peixes. O zodíaco respira aliviado. Marte em Peixes - o planeta guerreiro no signo de Júpiter - veio pra "tomar o paraíso de assalto". (Mateus 11 - cruzei com essa passagem recentemente - aliás resolvi ler o Novo testamento, coisa que eu deveria ter feito antes pois é impossível entender o mundo de hoje sem entender o que aconteceu em torno do ano zero).

Tomar os Céus de assalto: guerra espiritual. Há muito venho dizendo que a espiritualidade não é um lugar de conforto e alívio, ao menos não apenas; mas também um fardo, uma responsabilidade. E adiciono: é também uma guerra. É perigoso dizer isso, pois essa perspectiva pode alimentar o fogo do dualismo que anima teóricos da conspiração e fundamentalistas religiosos. A mensagem é mais sutil: há uma guerra entre as forças que conduzem a uma vida plenamente vivida e as que conduzem uma vida esvaziada, fragmentada ou congelada. O que complica tudo é que a mesma força que em um caso conduz a vida, no outro a esvazia ou a diminui. A diferença entre o veneno e o remédio é apenas contextual, apenas questão de dose. Portanto, na bondade imensurável de Peixes Marte deve desenvolver a compaixão; e parar a espada antes que venha a matar, sem perceber, o seu futuro salvador.

No entanto, a espada ainda é necessária - para romper com o fantasma do "diabo" que continua a nos rondar, tentando a crer em uma essência do mal - ou seja, nos tentando ao dualismo rígido que interrompe o próprio espaço onde a vida poderia surgir.

Finalmente, temos o Sol transitando por Algol de sexta a domingo. É aquele trânsito anual que vem balançar os tronos dos reis, ameaçando com a guilhotina. Nos últimos anos sem exceção vi esse trânsito despertar notícias-bomba contra presidentes, de Temer a Trump. Nessa semana estão sendo averiguadas as denúncias de Moro sobre Bolsonaro. Não tenho estudo da astrologia mundana suficiente pra dizer se o presidente cai ou não, mas espero no mínimo uma boa trepidação.

De resto, o resto da semana flui suavemente, sem aspectos duros com os maléficos.

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Iago Pereira

Imagem: não sei o autor, se souberem me avisem

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