Hoje chega à perfeição o trígono de Marte e Vênus. Um casal na mitologia, esses dois planetas tem significações opostas; Marte governa a guerra, Vênus o amor. Marte é durão mas nessa dupla quem manda é Vênus, que sabe que ele é macio por dentro, que leva Marte pra cama onde ele tira a armadura por vontade própria. A umidade de Vênus tem seu próprio poder de domar, a força da sutileza e penetração. No hino órfico de Vênus, assim é dito: "e toda tribo de monstros tenazes tu atas pelo louco desejo..."
Acontece, contudo, que Marte está em posição superior, por mais de uma razão; então se faz de durão, esconde o coração vermelho que tem no peito, acha que se mede pelo tamanho de sua espada dura. Coitado. Não sabe as regras do jogo de Vênus, onde se usa o coração na manga. Onde a coragem está em expor a própria pele...
Uma complicação é que Marte está lutando também as próprias guerras, retrógrado e comprimido contra a quadratura de Saturno, que o governa de cima. Saturno, ele mesmo, está em Capricórnio: signo de seu poder, dureza e sobriedade.
Capricórnio é também o signo onde Marte se exalta: Saturno olha de cima e diz: se sobreviver a mim, você se fará melhor. A didática de Saturno é brutalista: e cai sobre Marte como uma montanha de pedra.
Mas o planeta guerreiro está em sua prórpia casa também; em Áries, Marte tem a dignidade do domicílio. Áries é a casa de Marte, onde suas significações se exprimem com naturalidade. O zodíaco começa com uma faísca: um crepitar chamado Áries; o carneiro entrando de cabeça. Marte, o homem de ferro, pode aguentar o baque.
Essa quadratura vem se esticando o semestre inteiro, na maior parte do tempo é uma música de fundo, de tempos em tempos entram os aspectos atingem seu auge e dão direção e expressão pros temas que vêm correndo.
Pensem: a música de fundo - o isolamento, as eleições vindouras - os auges: picos de covid, pantanal queimando. Pois agora amanhã a quadratura atinge novamente um auge, o último do ano, mas os impactos dessa quadratura irão repercutir até dezembro. Não estou prevendo que "algo vai acontecer amanhã"; quero dizer, daquilo que aconteceu nos últimos dez, quinze dias, e está acontecendo agora. É aqui que o jogo se fez, ao menos em termos de guerra (Marte) e controle (Saturno), metafóricos ou literais.
Pois bem, imagino que muitos de vocês devem ter chegado à segunda-feira cansados, que nem eu. O fim de semana foi agitado por uma Lua ativando de supetão a relação Vênus-Marte, com revertérios, grandes alegrias e um bocado de movimentação de energia. Agora na segunda e na terça teremos uma Lua em Peixes sem aspectos duros, o que vai ser bom pra diluir os efeitos deletérios da treta-Marte/Saturno que vim falando, mas também pode significar um começo de semana meio incerto e dissolutor. A Lua cresce de luz, chegando à fase cheia na quinta, quando estiver em Áries. O fim da semana de trabalho vai ser bem mais ativo que o começo, com um pico de tensão na sexta-feira a noite, quando a Lua visita a quadratura dos dois maléficos. Cuidado aí quem tiver pensando em ficar de bobeira a noite na sexta, porque ainda tem uma pandemia rolando. Já o fim de semana é outra história, que quero contar em outro texto...
Beijos de céu e se cuidem 😘
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Iago Pereira
Imagem: Viktor Schufinsky - Mythical Creature with Red Heart, 1914
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